Bem, lá vou eu novamente falar sobre a relação das Webtvs, roteiristas e profissionais de TV envolvidos na criação de produtos à serem exibidos por esse veículo. É preciso que esse assunto seja bem discutido para, quem sabe, chegarmos às considerações.
É sabido que, quando do advento da televisão, o rádio detinha (e ainda hoje sua importância é incontestável) forte apelo de audiência e publicitário, com abrangência extraordinária. Aos poucos, os investidores – patrocinadores – foram apostando também na TV, ainda que de forma tímida. Hoje sabemos a sua força, importância e influência no mercado, para ser bem resumido.
As webtvs, com a evolução dos meios de comunicação, foram aparecendo acreditando na grande rede como meio extraordinário de difusão de conteúdo audiovisual. É ou pode vir a ser. O fato é que me parece que não houve um estudo específico, uma pesquisa sobre a sua relação direta com o internauta.
Qual o tempo de “navegação” dele pela internet ? O que apresentar-lhe? QUEM é ele e o que quer? Existem pesquisas realizadas para outros fins que poderiam auxiliar nisso.
Mas atenção, nesse exato momento posso estar cometendo um tremendo equívoco pois, pode ser que isso já esteja sendo realizado, porém, excetuando-se os grandes portais como o Terra, o Uol (ainda que suas propostas sejam diferenciadas das webtvs que conheço) e a Globo.com, que exibe os produtos da própria TV Globo, não vi nenhuma manifestação nesse sentido.
Comento outro aspecto: a utilização da mão-de-obra de roteiristas e demais profissionais de TV na construção das webtvs. Dá-me a impressão de que está havendo uma confusão danada entre web e TV por parte de seus proprietários, seja por desconhecimento mesmo do terreno onde estão pisando ou de forma proposital. Eu explico.
Por ocasião da realização das gravações do piloto do seriado de humor “Pau Prá Toda Obra”, escrito por mim e Marly Tocantins, encontramos desde operadores de grua, som, editores, câmeras, atores e até a direção, profissionais experientes em televisão e cinema. A proposta era a de “experimentação” para a possível comercialização, e vejam que até ir ao ar passaram-se meses (quase um ano!).
O que me chamou a atenção foram as logomarcas de empresas grandes (verifiquem) aparecendo nos “banners” antes, nos intervalos e após a exibição do piloto e nós, roteiristas e atores, pelo menos, não recebemos um tostão por isso.
Ah, mas vocês não sabiam que seria assim? Sabíamos até certo ponto, pois alguns “patrocinadores” não se encontravam na página do site onde se encontra a tal webtv. E como ter o controle sobre a incidência do merchandising? Não temos. Eles alegam que, pasmem, simplesmente colam as grandes marcas no sentido de “provocar” um possível patrocínio das empresas que ali se encontram, embevecidas com a novidade e com o alcance que a grande rede proporciona. É aí que fico com a pulga atrás da orelha, para ser bem cavalheiro.
Como se pode utilizar uma marca sem permissão de seu detentor de direito? Isso seria de competência do Conar? Mas que coisa enrolada, mal explicada e burra, se for este mesmo o pensamento! Tá, e os roteiristas e atores, como ficam? Pedi, em comum acordo com a Marly, para que tirassem do ar. A custo,o fizeram. Quer dizer: no tempo em que ficou sendo exibido, várias logos foram se agregando e nada foi vendido e nada foi pago !
Precisamos ficar alertas quanto à isso. Continuo tendo vários pedidos de outros produtos audiovisuais para webtvs, mas volto à dizer, que precisamos elaborar contratos específicos que nos defenda, gato escaldado.
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