Mauro Alvim
A maior dificuldade de um escritor ou roteirista ao escrever uma história policial de assassinatos e serial killer, está justamente quando este quer manter segredo de quem é o assassino para revelá-lo no final. Certa vez, indagado o legista Badan Palhares, sobre se este gostava de filmes nesse tipo, o mesmo respondeu: “Não. De um modo geral estes filmes não mostram a prova cabal antes da conclusão final.”
Era uma vez (não é assim que as histórias começam?) um país onde as emissoras de TV a cabo repetiam o que as cadeias de cinema fazem: em nossos cabos, só cabe a produção estrangeira.
Aí, aconteceu um tsumani: o governo, junto com entidades e associações do audiovisual, criou a lei das teles que obriga as emissoras a exibirem produções nacionais, num determinado número de horas por semana. O tsumani ressoou como a salvação da lavoura dos profissionais do setor. Estava garantida a ampliação do mercado de trabalho e nossa gente e nossas histórias iam contar com um horário nobre de exibição. Foi um alvoroço do Oiapoque ao Chuí.